Gilberto Gil foi um dos protagonistas de um dos momentos mais surpreendentes do show “Keep Art Human” de Alok, neste sábado (28), na Mercado Livre Arena Pacaembu. O ícone da MPB não apenas subiu ao palco para uma participação especial, como também atacou de DJ, para a surpresa e o delírio do público presente em São Paulo.
O encontro começou com Gilberto Gil tocando uma versão intimista de seu clássico “Tempo Rei”, apenas com voz e violão. Logo em seguida, em um movimento inesperado, o mestre baiano foi para as picapes ao lado de Alok e comandou a mixagem enquanto um remix potente de “Palco” ecoava pelo estádio. A cena selou a união de dois universos musicais distintos.
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Em entrevista exclusiva ao Portal Lineup, Alok revelou que a interação de Gil foi totalmente espontânea. “Ele que viu o deck lá e falou ‘posso fazer?’. Eu nem esperava aquilo”, contou o DJ. “A gente traz uma conexão que é exatamente com respeito ao Gil como patrimônio cultural diante deste avanço da tecnologia fazendo músicas genéricas. É essa dualidade entre a questão da inteligência artificial e o que é uma arte humana, feita com alma”.
A parceria entre os dois artistas vai além do palco. O encontro serviu como uma prévia do EP de remixes de clássicos de Gil, que será lançado em julho com a assinatura sonora de Alok. O projeto, segundo o DJ, terá releituras de “Toda Menina Baiana” e “Maracatu Atômico”, e contará com a colaboração de outros nomes da cena eletrônica, como Mochakk, Maz e Watzgood.
A apresentação de Alok, parte de sua “Aurea Tour”, foi uma versão expandida da aclamada performance que ele levou ao festival Coachella. Dividido em cinco atos, o espetáculo foi uma imersão sensorial, com um vasto telão de 4.000 placas de LED, lasers e um show de 600 drones que formaram desenhos sobre o estádio, incluindo um coração pulsante e as frases “Keep Art Human” e “Art needs soul”.
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O conceito do show é questionar o papel da inteligência artificial na criação artística. “Para fazer arte, a gente tem algo que a inteligência artificial não tem, que é a alma”, afirmou Alok em entrevista coletiva. “A arte não é só para confortar, a arte também é para confrontar”.
A noite no Pacaembu teve outras participações no palco. Zeeba, voz do hit global “Hear Me Now”, cantou a inédita “Dive into the Ocean”. O grupo de músicos indígenas The Future Is Ancestral também se apresentou, assim como o rapper Matuê.
O repertório de Alok passeou por diversas referências, com trechos de músicas de Tame Impala, Darude, Prodigy, Robin S, Beastie Boys, Benny Benassi e até System of a Down. A parte visual também foi marcada pela performance do grupo de dança italiano Urban Theory.
Questionado sobre parcerias dos sonhos, Alok revelou ao Portal Lineup que gostaria de colaborar com o Coldplay. “O Coldplay inspirou muito eu, o Bruno Martini e o Zeeba a fazer ‘Hear Me Now’ e outras músicas”.
Fotos do show ‘Keep Art Human’, da ‘Aurea Tour’, de Alok
